Beltrão morreu.
Quando vivo, era mal falado. Um mulherengo, todos diziam. Ou pior, um pretenso mulherengo. Manjado, já não caíam no seu papo. Tentava com todas, ninguém lhe dava bola. E era um encostado. Não trabalhava, nem queria. Vivia de favor, muito contente com isso. Arranjava um ou outro bico, só para comprar birita.
Mas Beltrão morreu. E por ter morrido, virou santo. As mesmas bocas que o mal falavam agora são – como se autoproclamam – menos intolerantes. Beltrão era muito comunicativo, carinhoso com as pessoas, tentava se aproximar de todo mundo. Dada sua simpatia, algumas mulheres não compreendiam bem suas intenções. E era um desfavorecido. Por mais que tentasse, por motivo de perseguição, nunca se mantinha em um emprego. Pobre coitado! Só lhe restou a bebida para afogar sua frustração.
Este blog é uma seleção de textos meus. Todos eles curtos, inspirados em imagens comuns. Ainda assim, cada um tem uma mensagem. A cada domingo vou postar um texto novo. Que tal dez linhas para começar sua semana? Leia o primeiro post (De onde vêm as ideias? Junho de 2010) para uma descrição mais poética...
domingo, 12 de dezembro de 2010
domingo, 5 de dezembro de 2010
Banco
Um banco é só o que precisam. Nada mais. Perto de flores? Em um dia bonito? Uma música de fundo? Tudo isso é bom, acréscimos. Mas só precisam mesmo de um banco. Não uma rede, não um gramado, não uma casa, nada muito sofisticado. Só um banco. Sem muitos requisitos... Não precisa ser muito confortável, nem ter braços, ou encosto. Só um banco. Em uma praça, parque ou shopping... com ou sem pessoas ao redor, tanto faz. Desde que os dois estejam juntos, só precisam de um banco.
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